Textos curtos, dias longos e um tanto belos
Sempre haverá dias bonitos dentro de cada um de nós e todos eles possuem uma importância notável. A virtude de cada ser está em poder contemplar cada detalhe, cada acontecimento e cada sensação que esteja relacionada à sua vida. Contudo, para que possamos estar devidamente conectados ao nosso interior, compulsoriamente experienciamos a desconstrução constante daquilo que um dia já foi nosso objeto de desejo ou nosso maior anseio.
Certa vez, em uma das minhas aventuras literárias, encontrei um trecho muito interessante, onde dizia basicamente que nem sempre estaremos cientes da nossa capacidade de verbalizar aquilo que sentimos. Afinal, quem sabe os motivos que nos levam a achar que daremos conta de todas as batalhas ou até mesmo daqueles prazos para qual empregamos uma energia dantesca? Lembro-me de buscar sistematicamente, durante a leitura de alguns parágrafos e capítulos seguintes, uma lógica que me faça entender o processo pelo qual passamos, até perceber o que pode estar sendo a famigerada pedrinha no sapato de nossas vidas.
A dinâmica é repleta de minúcias e na atribulação de nosso dia a dia, simplesmente deixamos para pensar mais tarde, sob duras penas de sentir aquela aflição desnecessária. Passam-se algumas horas, dias, meses, anos, até se transformar em um emaranhado de coisinhas pequenas que fomos protelando o contato. Assim, quando elas ganham o tamanho suficiente para nos lembrar de sua existência, aparecem como uma alegoria digna de um enredo repleto de surrealismo com algumas pitadas tragicômicas.
Nesse momento, voltamos ao início do texto e genericamente buscamos aquele dia bonito dentro de nós. Oxalá tivéssemos a mesma prontidão para organizar aquelas pequenas fagulhas que fomos guardando dentro da nossa enorme fogueira de procrastinações. Quem sabe tudo seria mais fácil e teríamos um tempo maior para apreciar os dias bonitos que existem no âmago de nossas almas sedentas por novas experiências e sensações. Assim, espero profundamente que com o passar dos tempos, possamos perpetuar uma quantidade maior de dias bonitos e acalentadores que nos façam sorrir e perceber como somos plurais em um mundo que nos obriga desmedidas vezes a ser singular.
Autor: Vinicius de Souza
Quer seguir? @vindesouza (:
